domingo, 16 de novembro de 2014

AS PALAVRAS ESTÃO ENGORDURADAS


         
Em 2008, o nosso grupo de poesia falada participou de um Café Filosófico em que Viviane Mosé foi uma das palestrantes. O evento que se encerraria um show de Jorge Mautner, mas o cantor não compareceu. Na época, o grupo estava começando a se formar. Mais tarde ele passou a ser a ser a seção Salvador da Escola Lucinda de Poesia Viva e, hoje, se denomina  DI VERSOS - Arte Poética Singular. Foi uma experiência maravilhosa ouvi-la. Viviane estava acompanhada de seu marido e nos assistiu com o filho no colo.  Infelizmente, não temos fotos, não pedimos autógrafo nos seus livros, mas restou o a emoção e a memória daquela tarde.
          Acabo de encontrar uma reportagem sobre o Café no link Cine Clube Roberto Pires  Aproveito para pedir ao amigo e um dos organizadores, Nelson Cerino, que nos passe alguma foto, em que esteja registrada a nossa participação, para que eu a possa publicar no blog DI VERSOS - Arte Poética Singular .
       A única poesia dela que constava no nosso repertório foi "Receita para Lavar Palavra Suja". Ela foi lindamente apresentada pela nossa querida amiga, Mara Vanessa Fonseca, que está afastada do grupo, morando em Minas. Segue a poesia com as palavras limpas e límpidas saindo da boca da própria poeta e pensadora:




        Eu não me lembro de todo o repertório, apenas sei que o grupo foi representado por Jina Carmen, Mara Vanessa, Sarah Carneiro, Marta Alencar e eu. Outro momento marcante foi Silvana Motta, que na impossibilidade de ficar pendurada de ponta cabeça, apresentava o poema "Morcego" de Augusto dos Anjos, escondida em um corredor atrás do palco. A poesia que falei foi de "Aula de Desenho"  (todos brincam dizendo tratar-se de mais um trava-língua que escolho) é da autoria da poeta e ensaísta mineira Maria Esther Maciel. O poema trata da mulher e sua capacidade de se reinventar a cada instante:



AULA DE DESENHO

Estou lá onde me invento e me faço:
De giz é meu traço. De aço, o papel.

Esboço uma face a régua e compasso:

É falsa. Desfaço o que fiz. 

Retraço o retrato. Evoco o abstrato

Faço da sombra  minha raiz.

Farta de mim, afasto-me

e constato: na arte ou na vida, 

em carne, osso, lápis ou giz

onde estou não é sempre

e o que sou é por um triz.

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