quinta-feira, 5 de agosto de 2021

KAIRÓS: TUDO EM SEU TEMPO

    Comprei Kairós, último livro de Vladimir Queiroz, assim que ele foi lançado, no final de 2020. Não por coincidência, mas por sincronicidade, algo peculiar se deu: antes de receber o livro, encontrei a palavra do seu título, cujo sentido desconhecia, em um dos dois livros que estava lento, justamente em um parágrafo que deixava claro o seu significado. Como Vladimir tinha me pedido que lhe mandasse uma foto quando o tivesse em minhas mãos, imediatamente pensei em fotografar seu livro sobre a página do outro, com a palavra em destaque. No entanto, como estava muito deprimida, não tive ânimo de levantar da cama para pegar um lápis e assinalar a página. 

                                                           



    Quando o livro chegou, ele passou pelo protocolo de segurança contra a Covid-19 que utilizávamos em relação a todas as compras e correspondências: entrada pela garagem, álcool gel em embalagens plásticas, lavagem e imersão de frutas e verduras em solução desinfetante e quarentena no que não pudesse ser molhado. Obviamente o livro passou pelo último procedimento.

    À época, estávamos no meio de uma reforma e todos os materiais de construção eram armazenados na garagem. Passado um período razoável, procurei o livro e não o encontrei. Como temos muitos livros, aproveitamos o momento para doar parte deles. Foram três caixas grandes e cheias. Como ele continuasse desaparecido, comecei a ficar preocupada porque precisava fazer a foto, pois não queria deixar de satisfazer um pedido simples de uma pessoa que sempre foi atenciosa comigo. No entanto, passei a temer que o livro tivesse ido junto com as doações... Envergonhada, quando ele me ligou reiterando a solicitação, disse-lhe que todos os livros tinham sido empacotados por conta da bagunça e logo lhe enviaria o prometido.


    Só em maio, depois daquele que foi o maior período em depressão por que passei (seis meses), comecei a fazer a arrumação das minhas coisas pessoais. Por fim, no início desse mês agosto, resolvi organizar os meus livros: no escritório, os de Matemática e Inglês instrumental e literatura infantil; na sala, os clássicos; em um armário especial, os livros de poemas; nas estantes do quarto, os mais queridos e nas prateleiras da cabeceira da cama, aqueles que estávamos usando. Com alegria, descobri o esconderijo do fujão, peguei os outros dois livros e corri para tirar a foto. Pela minha lembrança, a palavra estava escrita no meio de uma das páginas da direita de um dos dois livros. Percorri um deles e não a encontrei onde julgava estar. Peguei o segundo livro e fiz o mesmo. Nada! Voltei ao primeiro e olhei em todas as páginas. Depois de varrer feito scanner ambos os livros, desanimada, resolvi compor a foto com os três e escrever esse texto. Não resisti à vontade de tirar outra foto, colocando exemplares das duas edições do meu livro “PROSAC – Letras em cápsulas”, ao lado do dele. Afinal, todos eles foram lançados na mesma época, em Kairós.