
A segunda constatação, menos prazerosa do que esta, é de que o grupo que formamos tem se apresentado com menor frequência nos últimos anos. Parte disso se deve aos atropelos da vida diária de cada um dos seus membros mas, parece-me, que a outra razão é o fato de termos ficado mais perfeccionistas ao longo do tempo. Se por um lado isso me parece um paradoxo porque o fato de já termos um caminho trilhado nos deveria deixar mais à vontade e confiantes, por outro me parece que a necessidade de inovar e apresentar um trabalho mais completo e singular nos tem exigido em demasia (devo dizer que isso me incomoda bastante porque. embora tenha o meu lado exigente, sou uma ariana que tem pressa em tudo). Pelo que refleti, chego à conclusão de que precisamos observar esse histórico em um tête a tête com o tempo e assimilar com mais coragem que a cada dia nos resta menos horas para enganá-lo com versos. Sobre isso, concluo a postagem com um poema de Vinícius em seu centenário.
POÉTICA I
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
-Meu tempo é quando
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