“O
que une as religiões vem de Deus, o que as separa vem dos homens”. Com essa
frase me situo frente aos praticantes religiosos, que frequentemente tentam me
convencer de que encontraram o único e verdadeiro caminho que a Ele conduz. Tive
uma formação católica na infância, estudei por sete anos em escolas de padres e
freiras, fui batizada, fiz primeira comunhão e, ainda menina, fui madrinha. Desse
percurso, no entanto, não restou muito além do temor a Deus e da culpa pelas
minhas inúmeras faltas. Depois da maioridade, iniciei uma busca espiritual mais
pessoal. Quando me uni a Paulo, já aos 28
anos, optamos em não nos casar na igreja católica ou em qualquer outra religião.
Cerca de doze anos mais tarde, quando já tínhamos dois filhos e sem qualquer
planejamento, o Lama Padma Samten nos casou numa linda cerimônia budista.
Só
me identificava parcialmente com os locais de culto que freqüentava. Das
meditações da Self Realization Fellowship
o que mais me tocava era a possibilidade de reverenciar muitos mestres. Dos Hare Krishnas, a alegria e desprendimento
dos seus adeptos. Da religiosidade baiana, o sincretismo. Movida por uma amiga
protestante, há cerca de um mês, entrei em contato com dois grupos espíritas.
Tive um sentimento de pertencimento na chegada e logo depois ao ouvir da senhora
que dirigia um dos trabalhos: - Não
importa a religião, importam a fé e a caridade. Além do pleno sentimento de
paz, senti grande alívio ao ouvir esta frase! Ela me deu a certeza que buscava para
decidir repetir com a minha filha o batizado que fizemos do nosso primeiro
filho, cuja celebração descrevo a seguir:
“Meu Deus, já que me confiastes a sorte de um dos vossos Espíritos, tornai-me digna da missão que me impuseste; concedei-me a vossa proteção, esclarecei-me a inteligência para que cedo possa discernir as tendências daquele que devo preparar para entrar na vossa paz.”
Incensamos o espaço, pedimos a todos se vestissem branco, preparamos as velas e a jarra de água com a qual iríamos banhá-lo. Os padrinhos já haviam sido escolhidos desde o nascimento, Isabel, uma amiga muito especial, e Tadeu, primo-irmão do meu companheiro. Havia ainda uma tia de cerca de 70 anos, Adyl, católica praticante e Fátima, que além de ter trabalhado conosco por mais de dez anos e ter estabelecido com Ciro uma relação extremamente maternal, era protestante fervorosa. Duas amigas, a primeira discípula de Paramahansa Yogananda, e a outra frequentadora de um grupo da fraternidade branca e alguns parentes como nossas irmãs, Vânia e Elisiária completavam o seleto grupo. A maioria de nós leu um trecho de um livro sagrado e o banhamos em água e pétalas de rosas. Foi tudo muito bonito e verdadeiro.
A
cerimônia que planejamos e realizamos por intuição para o nosso primogênito, demorou
a ser repetida para a sua irmã Liza, quatro anos mais nova, porque fazíamos
muitos questionamentos sobre a nossa religiosidade. Enquanto frequentava um
grupo budista, pensamos em deixar que ela, em sua vida adulta, fizesse sua
opção como sugerem os seus ensinamentos. Os padrinhos, como da primeira vez, já
estavam escolhidos e haviam assumido seus papéis. No entanto, quando Liza completou
7 anos, decidimos fazer a segunda cerimônia, com o mesmo e firme propósito.
Desta vez, os participantes eram outros, além de minha irmã, meu irmão também
participou, havia representantes do budismo e do espiritismo e eu fiz um belo
café da manhã para todos.
Para
comemorar 25 anos de convivência feliz, pedi o meu companheiro em casamento e,
no início deste ano, nos casamos em casa, em frente ao mar, com ele entrando
com nossa filha e eu com o nosso filho. Para padrinhos escolhemos os nossos
mais queridos parentes. Houve necessidade de contratarmos um pastor para que a
cerimônia tivesse o caráter civil e como Paulo fizesse questão de que
casássemos na igreja, solicitou que seu tio participasse da celebração nos
abençoando. Para mim, não havia necessidade disso, porque já a nossa união já
havia sido abençoada. Minha opção seria
que fizéssemos um ritual ecumênico, porém deixei que ele conduzisse a
celebração e a festa. Atualmente frequentamos a organização Brahma Kumaris,
cujo propósito é, através da meditação, torna mais viva a nossa lembrança de
Deus.
O
que une vem de Deus, estamos cada vez mais certos disso, mas os homens podem, caso
desejem, reduzir os conflitos, revelando aquilo de verdadeiramente divino que
carregam em si. Como
afirmou o mestre Sathya Sai Baba:
Fazer o bem. Ver o bem. Ser o bem.Este é o Caminho para Deus.”
NAMASTÊ
Meu ponto de vista da sua "conversa" foi sobre o fato de vc não se deixar abater por esse tipo de discussão, porque há muito pouco tempo atrás, após uma celeuma dessas, vc hj estaria prostada em cima da cama, ruminando os acontecimentos e pensando que a vida não vale a pena ser vivida! Agora vc mostra que tá com outra disposição, que sua depressão é uma doença ou curável ou mesmo ultrapassável e que "VALE A PENA" vestir o biquini, tomar sol e recitar poesias ao longo do dia. (enviado em mensagem por Vânia Passos)
ResponderExcluirAcho que esse é o ponto mais importante da discussão - ao menos para mim...
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