No início da noite de ontem, fizemos o tão esperado recital com poemas de Cecília Meireles e Mário Quintana. Esse foi, sem dúvida, o recital mas difícil de parir. Em meu movimento de reclusão, eu me sentia aconchegada no útero, sem disposição para entrar em contato com o mundo de ar lá fora.
Um dos motivos foram os desfalques ocorridos no grupo: Sarah foi para a França, Mara Vanessa sempre atarefada com viagens a trabalho, Silvana com problemas de saúde, Esther envolvida com as aulas etc. Pareço ser a pessoa que possui maior dificuldade com os afastamentos e perdas da Escola Lucinda de Poesia Viva – Salvador. Mantenho uma contabilidade rigorosa dos débitos e ainda lamento as saídas de Carlos Gregório, Fernanda, Juliana e Mazé. Parte disso deve-se ao fato de que sei da importância de cada membro no amálgama que representa o grupo. O outro e ainda perene motivo, é essa minha alma nostálgica, que luta em aceitar a vida como sucessão de surpreendentes e eternos movimentos. Sou aquela mulher que, às véspera de completar bodas de prata de um bom casamento, ainda sente a enorme falta dos primeiros anos de paixão avassaladora. Decididamente, a calma não é a minha marca registrada. O romantismo, a ânsia por intensidade e entusiasmo, o são.
Perdas e faltas à parte, o recital foi muito bonito. Daquele nosso jeito ainda desorganizado, mas extremamente natural e emocionalmente envolvido. Fazendo um esforço em me concentrar mais nos ganhos do que nas perdas, observo a boa energia trazida pelo novo componente, Luciano. Ele fala com emoção, tem um bom volume de voz e um senso de organização com o qual me identifico bastante. Pelo que vejo, irá ser muito importante em fazer ver ao grupo que podemos continuar sendo espontâneos, sem deixar de investir um pouco para que possemos melhorar a cada dia. Deixando claro que a organização não tirará a nossa essência de grupo aberto e meio anárquico. Ao contrário, ela irá potencializar o que temos de melhor: o prazer de estarmos juntos a comungar nosso amor à poesia. Agradeço a Heitor Guerra pela gentileza de nos assistir e fotografar (confiram álbum enviado por ele no link https://picasaweb.google.com/109252215954786997018/20111009?authkey=Gv1sRgCKG4oYy5xZPiYA&feat=email ) e a Thiago, a confecção do banner, programa e brindes. As presenças de Fátima Santa Rosa e Pedro, nossos irmãos da Cia Subversiva, foram bastante encorajadoras, embora tenha ficado registrada a falta de Inês, nossa acompanhante mais assídua. Mesmo convidada, Esther não se dispôs a apresentar uma de suas poesias, mas vê-la na platéia nos trouxe uma boa sensação de cumplicidade. Porém o destaque mesmo, foi Silvana, que não hesitou em apresentar, de improviso, mais um belíssimo poema de Cecília Meireles.
Veroca,
ResponderExcluirVi as fotos, tenho certeza que deve ter sido lindo. Cecília e Quintana. E logo agora que estou descobrindo a poesia atraves de Quintana. Vou me esforçar pra ir no domingo. Parabens. Siga em frente!!! Firme!!! Sem arte na nossa vida, fica um pouco sem graça.
Veroca do meu coração,
ResponderExcluirLendo suas palavras, eu senti saudade de mim com vocês. Algo diferente me ocorreu. Estou muito feliz pela retomada dos recitais, e que bom que o primeiro da nova safra foi bonito. Estou nas bandas de cá sempre conectada com a poesia que nosso grupo abriga. Adoro compor este universo que somos nós. E, olha, vamos, sim, contabilizar os créditos, os acertos, o que há de belo, pois, deste modo, a leveza se instala e o voo acontece. Hum, e de voo você entende. Estou certa?
Beijocas,
Sarah
Nossa, com certeza foi maravilhoso esse recital de vocês! Se tivesse um desses aqui em Brasília, eu seria a ouvinte número um!!! Continuem, pois o mundo anda carente de poesia!
ResponderExcluirMaíra, Pelo que sei tem um grupo oriundo da Escola Lucinda de Poesia Viva aí em Brasília. Procure se informar. Se não através de seus contatos no DF, tente através da Casa Poemas no Rio de Janeiro.
ResponderExcluirUm abraço,