Domingo, fui com a artesã, Mary Ruse, ao Brechó em benefício da construção das instalações da Creche Tia Nildete, no subúrbio de Salvador. Quem se interessar pela iniciativa da amiga Luiza Alvim, deve levar suas doações e ir ver novas peças a preços ótimos, nos dias 06, 07, 08 e 09, pois o evento fez tanto sucesso, que terá seu 3o. reprise.
Ainda na Ceasa do Rio Vermelho, experimentei um delicioso picolé de jaca e minha amiga foi comprar sementes para a sua pequena horta em vasos. Nesse local, havia várias aves engaioladas em exposição, para venda em espaços diminutos. Não resisti e perguntei à pessoa do balcão, provavelmente a dona da loja, se ela sabia, que havia sido proibido qualquer engaiolamento de pássaros na Índia ("PAÍS ONDE A VACA É ANIMAL SAGRADO, AGORA PROÍBE PÁSSAROS NA GAIOLA" no link). De pronto, ela me perguntou, se eu tinha cachorro em apartamento. Eu neguei e ela disse que isso também era confinamento. Concordei com ela, esclarecendo não ser meu o desejo, de que sua loja terminasse, apostando que ela seria capaz de adaptar o seu negócio caso isso fosse realmente cumprido aqui. Muito educadamente, ela quis saber se haviam sido proibidas tanto a venda quanto a criação e eu lhe confirmei. Sua resposta foi: "Aqui é complicado, apontando para uma prateleira. As tartarugas foram proibidas também e a gente vende porque muitas pessoas procuram...
Vejam só: ela não se sente errada em vender, porque as pessoas compram e os que compram não se sentem errados em criar, porque as tartarugas são vendidas. Lembraram-se do ovo e da galinha? Na verdade, eu me esqueci de observar se eles também são vendidos lá. Eis um exemplo de que a culpa é sempre do outro, de que a lei deve valer só para ele. Eis aí o retrato da nossa face mais triste. Aquela que está sendo tão desvelada nesse momento histórico! Foi essa a lógica da escravidão? Lamento e me acalento com os poetas, que já voaram seja em palavras ou NÃO:
O PÁSSARO CATIVO
Olavo Bilac
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