Não sou poeta, e como a água, sigo o rio em vários compassos.
Procurei no céu a indicação de minha trajetória.
Não vi nada, porque a cegueira suicida apagou o brilho
das estrelas entre nuvens.
Venho de longe. vou não sei para onde.
Procuro no ar os sinais do meus passos pelos caminhos.
Meu canto, velho irmão do vento, soa como um eco,
mas há quem o escute.
Vi os nossos rastros pelo chão sumindo...
Se estou aqui cantando,
é que no peito, os laços venceram, como, nos ombros, as sementes andavam.
Ah, não sei quem sou ou para onde vou.
E ainda assim, alguém gosta de mim.
(Texto baseado no Poema "Discurso" de Cecília Meireles: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/discurso.htm )
Oh, Vera, que comoção me assoma ao ler este poema! Como Cecília Meireles vive e há de, sempre, ser cultuada!
ResponderExcluirObrigada pelo tributo a esta memorável poetisa, a quem devo meu gosto pela poesia.
Você arrasou!
Grande beijo e ternos abraços.
Celiana