Amigas, boa madrugada.
Fiquei contente ao notar que provavelmente serei a primeira pessoa a lhes desejar um feliz dia das mães...
Sabem, na autobiografia de Jane Fonda - cuja leitura eu recomendo - ela diz que a lição mais difícil e importante que, se quisermos, precisaremos aprender é a de educar noss@s filh@s, No entanto, para preparar para tirar boa nota nessa tarefa tão complicada não há cursos...
Em todos os segundos domingos de maio, eu me ponho a refletir sobre o quanto ser mãe é desafiador e como, nessa sociedade machista, o ato de ser mãe se impõe como um desafio bem maior do que aquele de ser pai. São vários os exemplos dessa assimetria entre as expectativas em relação a ser mãe e a ser pai. Começa que, ao contrário do que acontece com as mulheres, ninguém questiona se o homem decide não ser pai (se ele resolve ficar solteiro, passa a ser visto como "o tal"/ "o que não quis mulher nenhuma ", enquanto ela é considerada "a rejeitada"). Mais do que sabermos, vivemos essas situações díspares rotineiramente. Porém, importa saber: com que base nos lançamos nessa aventura tão complexa que é ser mãe dentro desse ambiente patriarcal. Penso que o fazemos tendo por base não só os acertos, mas também os erros das nossas próprias mães. É a partir da vivência como filhas que decidimos se queremos ser mães e que tipo de mãe queremos ser. A minha mãe se foi nesse ano e tive o consolo de me lembrar de várias vezes lhe ter dito:
- Minha mãe, você foi uma mãe melhor do que a sua, eu sou uma melhor mãe do que você e tenho a certeza de que minha filha será uma mãe bem melhor do que eu". Acredito nisso: que a vida só vale a pena se conseguimos nos ver como setas que não atingem a mira, mas não deixam de se lançar, de voar buscando se aproximar dela. Muitas vezes vacilantes, caminhamos para dar passos mais leves, e ainda assim, firmes, visando ser e fazer melhor.
Por tudo isso, nesse ano não lhes envio uma das mensagens de praxe com flores e corações, nas quais se diz que só temos virtudes e sempre acertamos no modo como orientaram @s noss@s filh@s. Ao contrário, envio os links de um áudio com Inezita Barroso cantando a música "Mãe é dureza", do texto com o poema "Vigílias das mães" de Cecília Meireles e de um vídeo em que Elisa Lucinda recita a sua poesia "Chupetas, Punhetas, Guitarras" e um áudio do meu canal VIVERDEPOESIA no qual recito esse mesmo poema, pois todos eles observam a maternidade sobre outros pontos de vista. Desse modo, desejo que os recebam como o perfume de um buquê de jasmim aos sentidos e como a paz aos corações.
Vera Passos
Me senti abraçada e representada neste seu texto, Vera. Feliz dia pra você!
ResponderExcluirFico feliz em saber disso. Quem é você? Aqui aparece "Anônimo".Obrigada pela leitura e comentário.
ExcluirA mais difícil tarefa, essa de ser mãe. Importante enfatizar a dureza e a angústia que acompanham essa jornada, feita de tantos erros e, quase sempre, desejo de acertar. Seu texto é muito lúcido, Vera. Continuemos na trilha, sendo sempre a flecha que voa e, ao mesmo tempo, o arco de onde rla é lançada.
ResponderExcluirPerfeito, Mara. E como vc bem sabe, ser mãe solo é um desafio e tanto.
ExcluirTarefa bem árdua mesmo. Vera, muito lindo esse ponto que você citou no texto, que a vida só vale a pena se conseguirmos nos ver. Como setas ou lá o que seja, mas nos ver. A vida é de dentro pra fora e se conseguirmos estimular que nossos filhos se vejam a si mesmos é um grande feito. Única forma de ser mais feliz. Belo texto.
ResponderExcluirIsso, Jina. Muito lindo o que você escreveu. Bonito e profundo. bjs
Excluir👏🏼
ResponderExcluirO que houve? Quem é você? Obrigada pela leitura.
ResponderExcluir