Hoje é o segundo e último dia da JORNADA DAS RELAÇÕES ÉTNICAS E RACIAIS do campus Salvador do IFBA, no qual se homenageia Abdias do Nascimento. A comissão organizadora tem como presidente o professor e poeta Wesley Correia e vice-presidente, a professora Sônia Brito. Tive o prazer de participar das atividades de ontem, entre elas, uma excelente aula/apresentação de dança da professora da UFBA, Leda Maria Ornellas. No mês da consciência negra - assim como em todos os dias dos demais meses do ano - penso ser que a pergunta essencial para cada um dos brasileiro se fazer é: o que há de racismo em mim?

I) EKEDI ALAKETU, é a filha principal da casa que não passa pelo transe e que foi iniciada em um terreiro pertencente à nação Ketu Ela é a correspondente feminina de OGÃ, o título do escritor Jorge Amado.
2) MOJEBÁ ou MO JUBÁ é uma expressão em Yorubá que significa meus respeitos. Essa é uma saudação feita a EXU e à POMBA GIRA. Nessa cultura, EXU representa o mensageiros entre os humanos e os Orixás. na cultura Nagô.
A primeira reflexão foi do quanto, na minha infância, me impressionaram as 7 imagens em madeira de Cristo com características orientais da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Cachoeira, cidade do estado com cerca de 80% de população negra.

Em 2003, quando aprovada a lei que obrigava o ensino da "História e Cultura Afro-brasileira e Africana" porque eu não me motivei a incluir isso nas minhas aulas de Matemática e mais tarde, de Inglês, um dos onze idiomas do pais de Nelson Mandela? Sempre fui contra a importação de valores americanos ou ingleses na nossa cultura, mas poderia ter utilizado textos da cultura afro nem que fosse no mural que mantinha para estimular a leitura em inglês dos alunos. Concluí que houve desinteresse de minha parte quando conheci os professores Magno Santos e Jackeline Amor Divino, que apresentaram uma oficina sobre SUDOKU, JOGOS E GRELHAS: BRINCANDO COM "RAÇA", LÓGICA, CIÊNCIA E ETNOMATEMÁTICA. Eu, como membro da SBEM, vi palestras e li trabalhos de expoentes da Etnomatemática como seu fundador UBIRATÃ D’AMBRÓSIO e Sérgio Nobre, tinha a obrigação de buscar me apropriar e disseminar esse conhecimento.
Em uma mesa temática, sobre Arte e Militância: diálogos e perspectivas, coordenada pelo professor Breno Dias e cujos convidados eram Jorge Washinton do Bando de Teatro Olodum, a dramaturga Fernanda Júlia Barbosa e a cantora Margareth Menezes, ouvi a última usar o termo denegrir e defender a liberdade de negros usarem os cabelos raspados, esticado e ou aloirados, como se não houvesse uma representação simbólica nisso e como se imposição midiática e comercial fossem sinônimo de liberdade. Nesse momento, também me dei conta de que as duas mulheres que trabalharam por dez anos em minha casa ainda são chamadas por mim de minhas empregadas. Ao final, fomos presenteados com uma apresentação da excelente cantora de duas muito oportunas músicas.
"Um indivíduo sem raízes é como uma árvore sem raízes ou uma casa sem alicerces. Cai no primeiro vento." Ubiratã D’Ambrósio